sexta-feira, julho 14, 2006

15/05/06 - Bloody Sunday Tupiniquim

São Paulo é impressionantemente megalomaníaca. Como se não bastasse ser a cidade mais populosa da América Latina, ter o maior parque industrial do país e, enfim, ser a mola mestra da economia brasileira (fazendo questão de vangloriar-se disso perante cariocas, obviamente), resolveu pleitear também o posto de cidade com o crime mais organizado do Brasil! E convenhamos, por mais bairristas que sejamos, temos, felizmente, que reconhecer a eficiência e a supremacia de São Paulo.
Não satisfeitos em ver o Rio de Janeiro na mira da imprensa nacional e internacional por sua "marola" de violência de 2002 e medíocres guerras de traficantes de 2004 e 2005, nossos queridos compatriotas marginalizados dedicaram todos os seus esforços e horas de ócio nos presídios de Sampa, ô meu, para nos tomar a alcunha de cidade mais violenta da nação. Ponto para eles. Em um único fim-de-semana, a cidade que nunca dorme conseguiu estampar todas as capas de jornais e revistas do país e mundo afora pelas barbáries cometidas contra policiais e civis. Ela obteve a projeção que desejava e alcançou o posto de Bagdá das Américas.
Para se ter uma idéia do nível de profissionalização dos traficantes de São Paulo, que estão nesse mercado há bem menos tempo que os similares cariocas, a facção criminosa PCC já é tratada pela imprensa como o Partido do Crime! Qualquer semelhança com a hierarquia política não é mera coincidência, por certo. Mesmo assim, não é justo! Vocês já ouviram alguém chamar o nosso “bom” e velho CV (Comando Vermelho) de Comitê Criminal ou o TC (Terceiro Comando) de Tribunal do Crime?
Ah, tudo bem... Inveja é um sentimento muito ruim para ser cultivado, por isso que colham os louros da vitória. Conformemo-nos com nossas modestas conquistas nas categorias Hospitalidade, Bom humor, Simpatia, Belezas Naturais e, óbvio, Carnaval mais animado do Brasil.
Não queríamos mesmo nos preocupar com a organização de “eventos” onde os quesitos de classificação e julgamento recebessem nomes do tipo: “ala dos policiais esturricados”, “ala das mães inconsoláveis”, “ala dos reféns dependurados” ou sequer “ala das autoridades inertes”... já nos bastam as autoridades insanas e em jejum.
E depois dizem que no Brasil não há terrorismo... Eis aí os representantes tupiniquins do Hezbollah, do Hamas, da Al Qaeda e do IRA e nosso próprio Sunday, Bloody Sunday.

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