segunda-feira, novembro 06, 2006

Aula expositiva de como não se deve administrar o tempo - Parte I

Segunda, terça e quarta foram dias agitados no trabalho, chefes em viagem e uma série de tarefinhas e pagamentos a fazer já que a semana seria mais curta. Quase nada de jornal online, blogs ou No Mínimo e, portanto, nada de engraçado para comentar por aqui... Mas compensaria, afinal o feriado seria longo. E começaria na própria quarta com uma sessão de cinema baratinha, perto de casa e com o filme da Chapeuzinho enlouquecida. Porém...

Quarta-feira
No fim do expediente, combino cinema com um amigo, meu companheiro infalível para filmes-que-ninguém-mais-quer-assistir. Tudo certo para a última sessão no shopping a meio caminho do meu trabalho e da casa dele.

Chego mais cedo e vejo que a sessão indicada pelo jornal não existe. Ou seja, não poderia mais dar as risadas que pretendia e teria que me contentar com outro filme. Até aqui, tudo bem. Como o tempo ainda sobrava, comprei o ingresso para a última sessão de Pequena Miss Sunshine e fui dar uma volta no shopping enquanto meu amigo não chegava. A partir daí a noite desandou.

Cansei de dar voltas e nada do dito-cujo aparecer. Nada de mensagem avisando que não iria. Nada de crédito no meu celular para eu xingar o cidadão. Que raiva! Mas já que estava na chuva, resolvi me molhar de vez e ali permaneci, como feliz proprietária de um ticket de cinema numa noite solitária. Avistei uma livraria, entrei, encontrei de cara o livro de iniciação à Filosofia cuja indicação recebera do Barista no dia anterior e, óbvio, comprei. Sentei num cantinho, espécie de lounge, acho, e comecei a ler. Ótimo para leigos como eu.

Pouco antes do filme, mais uma volta no shopping e uma cantada nada original (do tipo “Oi, não te conheço de algum lugar? Da Letras & Expressões talvez?”) de um velho-babão. Se fosse ao menos um coroinha enxuto, eu até diria que sim, diria até que trabalhava lá. Mas para o véio-babão não dava. Seria baixar níveis demais no meu controle de qualidade. Sou uma encalh... oops, solteira por (falta de) opção, mas até na solteirice existe dignidade.

Pois bem, passado o susto e a careta que eu, involuntariamente, devo ter feito para o distinto senhor, fui para o cinema e ri um bocado com o filme. Valeu a pena, mesmo sozinha. A volta para casa é que é sempre ruim. Os ônibus nos ignoram, as vans idem... Mas felizmente cheguei ao apê a tempo de contar a estória para os colegas e terminar a noite rindo.

Quinta-feira
O dia começou tarde. Como sempre, dormi demais e, apesar do bem-estar físico que isso me proporciona, a culpa pela sensação de improdutividade continua me inundando em dias de ócio. Além das compras de mercado, nada fiz de importante.
Sexta-feira

Não trabalhei. Acho que os chefes estão bastante felizes no Caribe e por isso nos deram esse dia de brinde. Para tentar não me culpar pela improdutividade do dia, pus o relógio para despertar às 9 h (quem me conhece sabe que, sem relógio, costumo acordar lá pelas 13 h). Vi parte do telejornal, li o jornal do dia e fiquei lá desejando, como sempre, ter companhia para as mil e uma coisas que gostaria de ver ou fazer nos próximos dias. Teatro com meia-entrada, com direito a acompanhante - legal, mas muito longe. Maratona Odeon – ótima pedida, mas dependia de dinheiro (porque dessa vez não haveria meia-entrada) e da companhia dos amigos. Rastros da Maldade na HBO à noite – maravilha, adoro o Tony Hill.

As horas passaram, nem sei dizer como, e no meio da tarde, inventei uma faxina. Resultado: casa limpa, mas Fabiácea suja, descabelada e com dores lombares, já que a coluna, há anos, não é mais a mesma. O cansaço somado à cólica de costume, à desistência de um amigo de ir à Maratona e ao desejo de economizar me fizeram terminar a noite em casa mesmo. Rastros da Maldade me deixaria feliz o suficiente, mas só se a HBO cumprisse sua própria grade de programação. Mas quem disse que o canal o fez? Agiu como o SBT, que muda os horários e dias das séries sem prévio aviso, logo na sexta, na minha sexta de programações frustradas... Como estava sem sono em função do cochilo pós-faxina e meu amigo estava nos braços de Manoel Carlos no meio da sala, levei o DVD player para o quarto e finalmente assisti Camile Claudel, que já estava empoeirando lá na estante. Fiquei surpresa de como eu gosto do Gerard Depardieu e seu nariz obsceno!

1 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Primeiro comentário: que ótimo você ter comprado o livro! Tou precisando de um manual assim, nunca é demais.

1:20 PM  

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