terça-feira, junho 26, 2007

Pan-fobia

17/05/2007 - 10h22
Trânsito durante o Pan-2007 já preocupa especialistas
SÉRGIO RANGELda Folha de S.Paulo, no Rio
Tráfego saturado, longos engarrafamentos. Esta é a avaliação dos principais engenheiros de transporte da cidade sobre o trânsito no Rio no Pan.




22/06/2007 - 13h57
Não use carro, recomenda plano de transportes do Pan
Do G1, no Rio, com informações da TV Globo
Prefeitura do Rio divulga o plano de transportes para os Jogos. Principal teste será a inauguração do estádio Engenhão, no dia 30.



E aí, você já aderiu à campanha do Secretino, oops, Secretário de Transportes para um PAN Sem Trânsito? Não? Como assim?

Não acredito que você ainda não tenha comprado sua bicicleta para ir pedalando de sua bucólica casinha em Itaguaí até o escritório no Centro da cidade, enquanto aproveita para refestelar-se com a brisa do caminho?! Ou que ainda não tenha adquirido seu patinete para sair de Sepetiba, subir e descer a Serra da Grota Funda só para dar expediente lá na casa da patroa na Barra da Tijuca, deliciando-se com a paisagem?! Ou que sequer tenha pensado em consertar aquela velha prancha de surf para incorporar o mais perfeito espírito esportista e surfar nas ondas (eletromagnéticas) da SuperVia?! Ts...ts...ts...Que espécie de cidadão é você que não se sente motivado a engajar-se em campanha de tão nobre intuito?

Para que a cidade não se transforme num PANdemônio, o alcaide e seus asseclas contam com você!! Por isso, a partir do próximo dia 13 (uma sexta, a propósito), deixe seu carro na garagem e, se puder, fique em casa. Converse com seu chefe, patrão, dono ou amo e explique que você é um cidadão carioca e que, pelo bem da imagem da cidade no exterior e total apoio às campanhas dos PANacas que a dirigem, você não trabalhará enquanto durar o PAN - ele entenderá.

Ou, a menos que você seja um aventureiro nato e tope circular pela cidade como sardinha enlatada dentro dos poucos ônibus existentes ou do metrô (que, no Rio, leva do nada a lugar nenhum), pegue seu kit sobrevivência e anti-bala perdida*, utilize o transporte coletivo e boa viagem! Torço por você.


* Itens que compõem o kit básico de sobrevivência nos coletivos do Rio de Janeiro – facilmente encontrado em qualquer unidade das Organizações Tabajara:

- colete à prova de balas;
- capacete blindado;
- máscara de oxigênio (muitas bocas, sovacos e bundas por metro quadrado exigem esse acessório);
- personal air-bag (para os usuários de vans, que vira-e-mexe se estropiam por aí);
- protetor anatômico para buzanfas femininas (para conter a ânsia esfregativa masculina em coletivos);


...

A propósito, curiosa a definição do Aurélio sobre nosso futuro estado de ser e sobre as medidas adotadas para tentar evita-lo, pareceu-me algo profético:

Pandemônio: s.m. 1. Capital imaginária do inferno. 2. Reunião ou conluio de pessoas com o fito de fazer mal ou armar desordens. 3. Tumulto, balbúrdia, confusão.

Panacéia: s.f. 1. Remédio para todos os males. 2. Fig. Recurso sem nenhum valor empregado para remediar dificuldades.

Ou seja, é a panacéia política para procrastinar o pandemônio! Essa aliteração toda me causou Panfobia, isso sim!! Estamos a menos de 20 dias para os jogos Pan-Americanos na cidade que um dia foi maravilhosa... E me dá arrepios só de pensar nisso.

sexta-feira, junho 22, 2007

Estatísticas funestas



"Mulheres que estudam mais não casam, revela IBGE" - saiu no jornal hoje de manhã.

Taí. Achei a desculpa perfeita para minha “encalhadice”. Não sei por que, mas estou começando a acreditar em pesquisas. Talvez pelo fato de ter entrado para as estatísticas. Merda!

terça-feira, junho 05, 2007

Humor do dia


Eu tava triste tristinha
mais sem graça que a top model magrela na passarela

eu tava só sozinha
...

E como ontem não recebi nenhum telegrama
dizendo branca sinta-se feliz
porque no mundo tem alguém que diz:
que muito te ama que tanto te ama
que muito muito te ama que tanto te ama
...

Hoje eu acordei sem nenhuma vontade
de mandar flores ao delegado,
de bater na porta do vizinho
e desejar bom dia
muito menos de beijar o português da padaria
...

Não sei até que ponto chega minha mesquinhês ao admitir que a felicidade dos outros tem me incomodado nos últimos dias, ou meses, sei lá... mas isso é um fato e tem acontecido com uma freqüência maior que a imaginada.

Nunca fui uma pessoa cobiçadora dos bens alheios, sempre lidei bem com a tensão ambição x resignação para assuntos financeiros. Minha dose de inveja, com um misto de admiração, restringe-se a certas experiências, oportunidades ou acontecimentos que recaem, aparecem, se fazem presentes na vida das pessoas ao meu redor. Ao redor, mas parece que nunca próximas o suficiente para que se façam presentes no meu terreno também.

A porção resignação diz que é assim mesmo, cada um tem sua medida nesta vida. Mas tem sido particularmente difícil ver as pessoas com as quais eu me acostumei indo embora, seguindo suas vidas e realizando muitas das coisas que eu gostaria de realizar, de experimentar e o melhor, em geral, com companhias apaixonadas, interessadas e que deixam tudo muito mais interessante.

No início do ano foram-se dois para a Europa, em intercâmbio: a colega de universidade e vizinha e o amigo companhia-certa-para-filmes-que-ninguém-nunca-ouviu-falar, que de quebra foi arrastado por uma alemãzinha muito muito fofa. Em alguns meses, mais uma amiga sai do apartamento para viver sua estória de Cinderela. Há os muitos que têm suas companhias ideais para cinema, restaurante, parques e afins. Sem contar os tantos que por mim passaram e se foram, na maior parte das vezes, acompanhados por pessoas que moveram mundos e fundos para estarem próximas deles.

Nada contra todos os que parecem ter recebido seu quinhão da vida, não tiraria de modo algum o mérito de cada um que recebeu sua boa porção. Só me pergunto, por que parece que a minha porção não foi reservada? Será falta de mérito? Será que não haverá ninguém disposto a fazer o mesmo por mim?

As medidas paliativas, úteis e, quando possível, agradáveis que sempre tomei para preencher tempo e mente, tentando ofuscar a ausência de companhia, parecem já não surtir os mesmos efeitos. Desde o último namorado, produto do século passado, minha vida tem sido trabalhar, estudar e, eventualmente, me divertir com os colegas que vêm e vão. Primeiro a faculdade, depois algumas mudanças de emprego, cursos livres, agora a pós e assim vou eu, tentando me convencer de que a minha parte do tesouro sentimental está guardada em algum baú (ou potinho) por aí...

Só que hoje estou cansada. Cansada dessa caminhada longa e exaustiva. Nunca fui boa mesmo em provas de resistência...

P.S. Não estranhem os que por aqui passam, em busca de uma dosesinha de ironia e sarcasmo com o inusitado da vida. Não se preocupem. Isso não é um bilhete de despedida. Não fui desenganada pelos médicos, não estou com nenhuma doença terminal, não tenho vocação para suicida nem nada parecido.

O post tristinho pode ser apenas sintoma de um descontrole hormonal ou de TPDN (Tensão Pré Dia dos Namorados), que acomete solteiras de plantão nessa época do ano, principalmente se a coitada não sabe o que é um presente nessa data há pelo menos uns 12 anos.